quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A lua se vai. Tem alguém mais importante vindo e ela vê que o seu trabalho não é mais preciso. Sente inveja. Quem não tem inveja dele? Imponente, decide entrar. O barulho das ondas que batem nas pedras soam como aplausos. Aplausos que todas as pessoas que o comtemplam queriam dar, mas não o fazem, estão hipnotizados. Os passarinhos cantam como pequenos fofoqueiros, contando uns aos outros o que veem. E o vento, ah, o vento chega rasgando, imitando tambores anunciando a chegada daquele que esquenta todos nós. E eu? Eu aperto os olhos na vontade de enchergar tudo. Ele se esconde no meio de tanto brilho e faz com que sua chegada seja ainda mais interessante. Misterioso.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cidade menina.

Era uma vez uma menina chamada São Paulo. Nasceu criança, pulou a infãncia, chegou na adolescência e dela não saiu mais. Geniosa, vaidosa, bonita e feia ao mesmo tempo. A alimentaram demais e ela, assim, cresceu desproporcional, continua crescendo. Se acha importante e é importante até demais, líder do seu grupo de cidadesamigas. Viveu muita coisa, e assim amadureceu rápido, à força.

Conheci São paulo há pouco tempo.1994, cheguei na adolescência, São Paulo moça. Não me lembro, nasci e atingi em cheio seu coração, Avenida Paulista. Ainda assim, chegando no coração, não sei que sentimento ela nutre por mim. São Paulo inconstante, como sempre, as vezes me trata com indiferença, não mostrando que se importa comigo e com os outros que dividem essa vontade de conquistá-la. Hora de bom humor, nos dando lindos sorrizos –quentes- de raios de sol, hora de mal humor, invejosa, molhando a felicidade alheia com garoas intermináveis.

Aos poucos fui conhecendo São paulo. Nem sempre ela ajudava, mostrando-se infinita na maioria das vezes. Até que um dia, encontrei seu fim. Descobri que a minha mãe, e muitos adultos, assim como fogem da responsabilidade de criar um adolescente, fugiam de São Paulo aos fins de semana. É bom dar um tempo de toda a confusão que a cidade menina tem, mas eu confesso que não consigo abandoná-la por muitos dias. Tenho sempre uma vontade de voltar e saber o que está acontecendo. Como qualquer adolescente, ela é cheia de novidades.

Entre praças e prédios, museus e lugares histórios, bairros e bairros e bairros, fui me achando e crescendo. Descobrindo junto com São paulo as coisas boas da vida (e também as não tão boas assim). Descobri que não conheço São paulo nem pela metade. E que por mais fria e alheia que essa cidade possa ser, é nela que eu encontrei o meu lugar favorito. Na minha casa eu converso com São Paulo, trocamos novidades, discutimos a relação.. e só depois de sair dela me sinto pronta e confiante pra encarar tudo denovo. Minha relação com São Paulo melhora a cada dia. Percebo que ela pode ser a minha melhor amiga, se assim eu quiser e que cuidando bem dela posso continuar aqui por mais 15 ou 100 anos.

sábado, 15 de maio de 2010



Ela é feliz, talvez porque sabe que as coisas não vão mudar tão rápido, talvez porque tem uma certeza tão grande de que ninguém mais, além dela, é a melhor pessoa pra ele (tem certeza?). Ela acorda com o despertador e veste suas roupas como se não quisesse vestir. Veste verde, sua cor preferida, talvez para tentar se sentir um pouco melhor. Toma seu café e sente como se aquela quentura do líquido esquentasse também seu coração. Está pronta para sair e... Bom, Não faz muita coisa além de pensar nele. Não sente muitas coisas além de saudade quando ele não está por perto. Volta pra casa, numa noite fria. Veste seu pijama, aquele meio rasgado, só pra dormir ou ver o tempo passar. Não sabe mais se é para estar feliz ou triste. Ele não está em casa. Ela liga, cai na caixa postal, pensa em falar alguma coisa mas a única coisa que deixa é um suspiro, em dois segundos de mensagem. Outro dia amanhece, ele tinha ligado e ela sorri.Veste uma calça e uma blusa decotada, talvez para facilitar a retirada do seu coração. Eles se encontram e ele retira. Arranca o coração dela e com mais algumas palavras consegue enterrá-lo debaixo do piso do restaurante. Ela olha pra baixo, como se procurasse o que perdeu. Ele levanta e sai, olha pra trás como se quisesse dizer mais alguma coisa, mas suspira e se retira de vez.
Ela olha pra frente, se levanta e veste seu casaco, fechando o botão até o último. Faz um esforço pra andar e consegue chegar em casa. Bota o pijama rasgado denovo, se olha no espelho e depois revira gaveta por gaveta em busca daquele pijama rosa florido. Veste. Se olha no espelho novamente e se vê sorrindo. Está feliz, talvez porque sabe que algumas mudanças são boas, talvez porque tem uma certeza tão grande de que ninguém mais, além dela, é a melhor pessoa pra ele.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Desamor.


O tempo passa, mas eu custo a acreditar que passou. Que você passou, e se foi. Saiu daqui.
Era tudo tão grande, que agora que não existe mais eu sinto aquele vazio. Um vazio tão grande que dói mais do que a dor que eu sentia quando te queria por perto. E você não estava. Nunca esteve.
Mudei tanto os meus pensamentos sobre as coisas... Sobre você, sobre o que aconteceu. E foi assim, do dia pra noite que aconteceu.
Eu não te amo mais. Eu não te quero mais. Eu não te quero por perto. Eu quero meu coração de volta, devolve! Devolve que parte dele se perdeu com você... e está fazendo falta.
Está errado quem diz que não amar é melhor do que amar e não ser amado. Quem diz isso não sabe o que eu sinto agora e não sabe também o que eu sentia antes.
Não te odeio. Eu te desamo. Não é culpa minha, não fui eu quem escolhi. Tenho certeza que se eu pudesse escolher, escolheria amar... amar, te amar. Te amar até as últuimas consequências e nunca deixar esse vazio todo tomar conta de mim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

E vou vivendo...


Eu mudo pra caramba. Minhas roupas, meu cabelo, minhas visões sobre as coisas, meus amores, meus desgostos, minhas músicas.

Não consigo entender aquelas pessoas que não mudam. Ficam no mesmo emprego durante anos, com o mesmo corte de cabelo e se relacionando com as mesmas pessoas.

Outro dia mesmo eu estava no ônibus e encontrei uma menina que tinha estudado comigo a uns anos atrás. Estava igualzinha antes. Ela não me reconheceu, e eu tenho que confessar que gostei disso.

Já mudei 9 vezes de casa. O lado bom disso são as histórias, e bota história nisso! O papel de parede horrendo arrancado com a mão do prédio da Aimberê; a minha babá má, que me fazia comer espinafre todo dia e recolher todos os lápis de cor de baixo do sofá, lá na Aldeia da Serra; minhas fugas por cima do muro do prédio na Caiowaa; o cheiro de coisa velha do armário da casa do meu avô...

O lado ruim é que eu não fiquei tempo suficiente em nenhum desses lugares até eles ficarem com o meu cheiro. Sou muito encanada com os cheiros das coisas. E das pessoas também. Não costumo gostar de alguém que use um perfume que não me agrada. Nada pessoal, só não gosto de ficar perto. Pode ser que seja um exagero meu, mas em que eu não exagero? Minha vida toda sempre foi baseada em exageros. Ou eu estou bem ou eu estou mal, sem meio termo. Exagero na hora de fazer o prato de comida, de me emocionar com um filme, de amar alguém, de não gostar de alguém, de contar histórias... Quem sabe metade desse texto não foi puro exagero? O ponto é, exagerando, mudando, eu vou vivendo, e vivendo muito muito muito mais do que qualquer realista por aí.

terça-feira, 2 de março de 2010

Eu.



Estou irritada, estou magoada, estou com ciúmes, estou animada, estou ansiosa, estou confusa, estou preocupada, estou desencanada, estou esperando, estou amando, estou feliz.
Estou teimosa, sempre estive. Estou certa, estou errada, estou sempre certa. Estou imprudente, estou falando, estou arrependida. Estou bagunceira e estou bagunçando, estou estabanada, desastrada. Estou companheira, estou sempre lá. Estou carinhosa, carente e sentindo falta. Estou positiva, estou aventureira, estou rodando, estou rindo. Estou assim e não estou...mas não tem nada não, só estou sendo eu.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

I love you.


I love you, but I know this won’t change anything.

I love you, but you can’t see it

I love you, but sometimes you are a completely idiot

I love you, but now I love me more

I love you, but I love my smile more.

I love you, but I know I can do better.

I love you, but you can’t say I love you back.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A girl with kaleidoscope eyes.

Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone


lucy in the sky with diamonds the beatles

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

E a vida... passa.


E a vida continua. Passa.

Fim de semana, sair com os amigos. E sempre aquela sensação de que você deveria ficar em casa. Mas você vai, fazer o que? Só quer se divertir. E se diverte! Dá risada, conta segredos, ouve segredos, se esquece de segredos. Penso que a vida poderia ser sempre assim, risadas segredos, diversão. Volta para a casa. Sempre aquela sensação de que você deveria ter voltado mais cedo. Se deita e gosta daquilo. Penso que a vida poderia ser sempre assim, travesseiro, cama, sono. Dorme. Sonha. E se diverte! Penso que a vida poderia ser sempre assim, sonhos, sonhos, sonhos... Você acorda. Sempre aquela sensação de que você queria dormir para sempre. Mas você vai, fazer o que? Toma café, le o jornal. Você quer noticias, mas só vê desgraças. Sempre aquela sensação de que você deveria ter comido mais. Sai de casa, passa o dia. Passa o tempo. Penso que a vida poderia ser sempre assim, sempre movimentada. Volta pra casa. Sempre aquela sensação de que você deveria ter voltado mais cedo. Se deita e gosta mais ainda daquilo. Penso que a vida poderia ser sempre, sempre assim: cansaço, travesseiro, sono. Dorme, sonha... Acorda. Sempre aquela sensação de que você deveria ter dormido... Pra sempre.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Não quero.


Não quero alguém que morra de amor por mim, só preciso de alguém que viva feliz por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem.
O importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível.
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre, e que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho.
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é o meu sentimento... e não brinque com ele, e que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo mas, se um dia isso acontecer quero ter forças suficientes para mostrar que o amor existe, que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia e, se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e as pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

Não quero.
Mário Quintana

Jogo do contente


Existem pessoas tristes e existem pessoas que gostam da tristeza. Existem pessoas felizes e existem pessoas que correm atrás da felicidade. Existem pessoas alegres e existem pessoas que cultivam alegria no menor sentimento que for. Eu sou uma dessas pessoas alegres. Sempre tive muita facilidade em ver mais o lado bom das coisas do que o lado ruim. E isso sempre me ajudou bastante. Eu sempre tento ver a parte divertida de qualquer situação inusitada. Porque se você for parar pra pensar, em todo lugar existe alguma coisa que te deixa contente. Dizem que essa é uma característica do meu signo, mas eu prefiro pensar que é uma característica minha... Só minha. Dizem também que a alegria demasiada de alguém pode irritar um outro alguém. Mas o meu problema é que eu gosto de sorrir e acho sim que é o melhor remédio para qualquer problema.

Já me disseram que eu fujo dos problemas. Mas quer saber? Eu não vejo mal nenhum em empurrar a preocupação para mais tarde, quando você tiver mesmo que pensar nela.

Também não gosto de depender dos outros, gosto de ser feliz por conta própria... Por mais que, na maioria das vezes, a minha alegria venha da alegria dos outros. Adoro quem me faz rir e dou risada de tudo. Eu até tento ser engraçada, mas eu gosto mesmo é de achar graça nas coisas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sadly.


Você não para de se perguntar o porquê disso tudo. Você já fez tudo que podia fazer e um pouco mais. E agora fica quebrando a cabeça, pensando em algo mais que você possa fazer pra ajudar. Você fica sem saída e sem ter o que fazer. Dizem que o tempo é o melhor remédio e você acredita. Fecha os olhos e acredita... Tenta acreditar. Quando as coisas estão do jeito que estão é a única coisa que você pode fazer, fechar os olhos e acreditar, esperar o tempo passar e acreditar. Difícil para alguns, fácil para outros... Doloroso para mim.
Eu provei mais de mil vezes para mim mesma que eu consigo, e muito bem, seguir em frente... O problema é que eu não quero, eu não escolhi isso para mim e eu me conheço. Mais do que qualquer outra coisa, eu sei o que eu quero.
Eu quero nós dois. De novo.

Querido diário, querido esconderijo.


Minha mãe diz que quando eu era pequenininha eu era assim: brincava, brincava, brincava e depois me escondia. Tanto dentro do armário, como em baixo da cama, eu sempre tinha que ter um esconderijo. As vezes eu ia pra detrás do sofá ou pra debaixo da mesa e ficava lá até ter vontade de voltar para o mundo de novo. E isso podia demorar meia, uma ou até duas horas. Minhas bonecas eram minhas amigas e eu as tratava como tal. Se não queria brincar com elas, fingia que tava de mal... Mas não ficava de mal mais do que um dia. De quem eu nunca ficava de mal era dos meus amigos imaginários, quem nunca teve um? Eu tinha dois, ou melhor, duas... Duas pulguinhas. Andava com elas pra lá e pra cá e podia brincar e conversar com elas o dia todo. Ah, como era divertido!

Eu morava num prédio enorme, um condomínio de 5 prédios... Tinha até lanchonete lá dentro! Pra mim, aquilo tudo era tão grande, que era maior que o mundo. Não lembro de ter amigos lá no prédio, eu devia ser meio tímida. Ou os outros que achavam estranha aquela menina loirinha falando sozinha, fazendo conchinha com as mãos, como se carregasse alguma coisa nelas (no caso eram duas coisas, as pulguinhas).

Sempre gostei muito de animais, até das formigas. Eu as pegava, e as guardava dentro de uma caixa. A caixa tinha um fundo de terra, umas folhas, um punhadinho de açúcar, e uns furinhos, bem pequenininhos, na tampa. Tudo pensado para que elas conseguissem sobreviver, mas elas nunca duravam mais do que uma semana. Nunca soube o que eu fazia de errado, talvez elas morressem de solidão... Cheguei a essa conclusão e passei a guardar várias formigas juntas, só que também não funcionou. Esse meu amor pelas formigas acabou logo. Um dia, eu fui repor o punhadinho de açúcar no canto da caixa e uma das minhas amigas me picou. Fiquei sabendo da minha alergia da pior maneira. Depois disso, dei adeus as formigas e depositava todo o meu amor pelos animais nos meus bichinhos de pelúcia. Todos tinham nomes e camas. Uns até namoravam... Hoje ainda tenho amor pelos bichinhos de pelúcia, mas eu prefiro as minhas cachorras, quando é de verdade é sempre mais legal né?

Sempre tive um espírito empreendedor. Minha mãe fala que eu fazia bijuterias, descia os banquinhos lá de casa e montava a minha barraquinha no prédio. E até que eu conseguia ganhar o meu dinheirinho... Já cheguei a juntar até dez reais!. Para a minha idade e para as minhas bijuterias, era muito. Eu as achava linda, mas agora acho que as pessoas compravam pra fazer um agradinho.

Gastava todo o dinheiro que eu conseguia em sorvetes, lá na lanchonete do prédio. Sempre foi mais gostoso tomar os sorvetes comprados com o meu próprio dinheirinho. Eu era conhecida lá na lanchonete do prédio. O nome do dono tinha alguma coisa a ver com índio, acho que eu me identificava, vivia lá. Fui crescendo, e parei de descer com tanta freqüência no parquinho do prédio. A escola começou a ficar mais difícil e no máximo eu ia na piscina durante a tarde. Mas não gostava muito não, tinha vergonha de ficar sozinha lá em baixo, enquanto o resto do pessoal tinha o seu pessoal. O tempo passou, e eu me mudei... Mas quantas saudades eu sinto daquela época!


‘‘A ausência para o amor é que nem o vento para o fogo;
Se o fogo for pequeno, ele o apaga.
Se o fogo for grande, ele o intensifica. ’’

the city

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A volta - Capítulo Segundo


Domingo inteiro foi vivido em função do que acontecia nas estradas. As nossas malas já estavam prontas e a gente poderia sair a qualquer hora, se liberassem a Oswaldo Cruz (o caminho mais curto até SP), mas não saímos. O combinado foi que a gente sairia na segunda-feira as oito da manhã. Horário é uma coisa complicada que a gente não gosta muito de cumprir, então, quando saímos eram quase 10 horas. A estrada ainda não tinha sido liberada, então a gente iria até Barra Mansa (no Rio de Janeiro) e voltaria pela Dutra. Era uma volta gigante, mas entre ficar num carro parado durante 8 horas e voltar por um caminho sem trânsito nenhum, que duraria oito horas também, ficamos com a segunda opção. A viagem durou 8 horas como o previsto, mas não foi cansativa não. Além de o nosso carro ser quase o único na estrada toda, a vista era maravilhosa! O dia estava lindo, todo ensolarado e toda a grama e os matinhos estavam com aquele verde alegre... Parece bobo, mas eu abria um sorriso enorme a cada curva que o carro fazia e aquela paisagem linda se evidenciava. Eu acho triste como, mesmo vivendo nesse Brasil lindo, existe gente que não dá o mínimo valor. Acho mais triste ainda saber que muita gente não tem a mesma oportunidade que eu tenho, de ver aquilo sempre.
Queria eu tranfosmar todas as cidades em praias e toda a água em mar...

domingo, 3 de janeiro de 2010

A primeita postagem e algo mais...

Primeiro post. Sempre vem aquela dúvida sobre o que escrever nele. Eu poderia fazer um primeiro post inteiro falando sobre o primeiro post ou poderia falar sobre um outro assunto qualquer. Ou poderia fazer os dois, que é o que eu resolvi fazer.

Tava numa super vontade de criar um blog. As vezes eu tenho uns surtos de criatividade e uma vontade imensa de escrever um texto sobre alguma coisa, mas eu não escrevo. Esse blog vai servir pra isso: escrever o que eu quero, quando eu tenho vontade. Pode parecer egocentrismo, mas na verdade assim que é legal, não fica forçado. Na maioria das vezes eu começo e nunca termino as coisas. Mas agora é 2010, um novo ano, fiz várias promessas para eles, e nelas está incluída a de ir para frente com alguma coisa. Essa coisa vai ser esse blog, prometo não abandoná-lo. Bom, motivos esclarecidos e promessas feitas, vamos para uma história, que eu intitulei de "A volta".

Vocês provavelmente não sabem, mas eu e duas amigas viemos passar o ano novo em Itamambuca. É em Ubatuba, litoral norte de São Paulo... Quase lá no Rio de Janeiro. Minha vó mora aqui, por isso eu e minha mãe sempre estamos aqui. De qualquer forma, nos divertimos demais, indo pra praia, tomando muito e muito açaí, ficando na piscina, indo na feirinha... E agora chegou a hora de ir embora. Até aí tudo normal, toda viagem tem seu fim. E seria normal até o final se em 12 horas não tivesse chovido o equivalente as previsões para o mês de dezembro todo e (quase) todas as estradas que ligam Ubatuba a São Paulo não tivessem sido interditadas tanto devido a alagamentos quanto devido a deslizamentos de terra. Uma única estrada está aberta e todos os que vieram passar o feriado no litoral norte vão ter que voltar para as suas casas, passando por ela. Imaginem o caos.

Ontem mandaram a gente arrumar as malas, avisando que iam tentar ir por aquela estrada. Ok, tomei um cafézinho e um dramin para não enjoar e me preparei mentalmente para passar 10 ou mais horas dentro do carro. Saímos as 3 horas da manhã na esperança de que o menor número possível de pessoas tivessem a mesma idéia que a nossa. Depois de uma parada num posto de gasolina (lotado, aliás) minha mãe teve a brilhante idéia de cortar caminho por uma estradinha que ia até a praia dura. O problema é que a única informação que tínhamos dessa tal estradinha era que ela era asfaltada até uma parte, e ninguém parou pra pensar que tinha chovido o mundo um dia antes. Mas a gente, também, não tinha muita escolha, porque a previsão de tempo da viagem de Ubatuba até Caraguá (uma cidade vizinha no meio do caminho) era de 8 horas. Bem, nós fomos! Entramos na estradinha e continuamos sem medo. No começo ela era asfaltada, bonitinha... até que chegou a parte de terra – a parte de lama, se preferirem. Seria quase tranqüilo se a parte de terra, além de ser de terra molhada, não fosse uma subida, e daquelas bem íngrimes.

Foi um sai do carro pra cá, empurra o carro pra lá durante uma meia hora. Seria ruim se eu estivesse bem e conseguisse ajudar o pessoal, mas não foi ruim, foi horrível! Não feliz de ter tomado o meu amigo dramin eu ainda tomei café preto, o que fez com que a minha pressão baixasse e eu quase desmaiasse naquele caos todo.

Bom, quase final da história: o carro não subiu e nós voltamos para Itamambuca. O fim da história ainda não chegou e nem vai chegar tão cedo, pois nós vamos ficar aqui por mais dois dias, esperando ou as estradas serem liberadas, ou o transito baixar.

Mantenho vocês informados.