sábado, 15 de maio de 2010



Ela é feliz, talvez porque sabe que as coisas não vão mudar tão rápido, talvez porque tem uma certeza tão grande de que ninguém mais, além dela, é a melhor pessoa pra ele (tem certeza?). Ela acorda com o despertador e veste suas roupas como se não quisesse vestir. Veste verde, sua cor preferida, talvez para tentar se sentir um pouco melhor. Toma seu café e sente como se aquela quentura do líquido esquentasse também seu coração. Está pronta para sair e... Bom, Não faz muita coisa além de pensar nele. Não sente muitas coisas além de saudade quando ele não está por perto. Volta pra casa, numa noite fria. Veste seu pijama, aquele meio rasgado, só pra dormir ou ver o tempo passar. Não sabe mais se é para estar feliz ou triste. Ele não está em casa. Ela liga, cai na caixa postal, pensa em falar alguma coisa mas a única coisa que deixa é um suspiro, em dois segundos de mensagem. Outro dia amanhece, ele tinha ligado e ela sorri.Veste uma calça e uma blusa decotada, talvez para facilitar a retirada do seu coração. Eles se encontram e ele retira. Arranca o coração dela e com mais algumas palavras consegue enterrá-lo debaixo do piso do restaurante. Ela olha pra baixo, como se procurasse o que perdeu. Ele levanta e sai, olha pra trás como se quisesse dizer mais alguma coisa, mas suspira e se retira de vez.
Ela olha pra frente, se levanta e veste seu casaco, fechando o botão até o último. Faz um esforço pra andar e consegue chegar em casa. Bota o pijama rasgado denovo, se olha no espelho e depois revira gaveta por gaveta em busca daquele pijama rosa florido. Veste. Se olha no espelho novamente e se vê sorrindo. Está feliz, talvez porque sabe que algumas mudanças são boas, talvez porque tem uma certeza tão grande de que ninguém mais, além dela, é a melhor pessoa pra ele.

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