quinta-feira, 22 de abril de 2010

Desamor.


O tempo passa, mas eu custo a acreditar que passou. Que você passou, e se foi. Saiu daqui.
Era tudo tão grande, que agora que não existe mais eu sinto aquele vazio. Um vazio tão grande que dói mais do que a dor que eu sentia quando te queria por perto. E você não estava. Nunca esteve.
Mudei tanto os meus pensamentos sobre as coisas... Sobre você, sobre o que aconteceu. E foi assim, do dia pra noite que aconteceu.
Eu não te amo mais. Eu não te quero mais. Eu não te quero por perto. Eu quero meu coração de volta, devolve! Devolve que parte dele se perdeu com você... e está fazendo falta.
Está errado quem diz que não amar é melhor do que amar e não ser amado. Quem diz isso não sabe o que eu sinto agora e não sabe também o que eu sentia antes.
Não te odeio. Eu te desamo. Não é culpa minha, não fui eu quem escolhi. Tenho certeza que se eu pudesse escolher, escolheria amar... amar, te amar. Te amar até as últuimas consequências e nunca deixar esse vazio todo tomar conta de mim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

E vou vivendo...


Eu mudo pra caramba. Minhas roupas, meu cabelo, minhas visões sobre as coisas, meus amores, meus desgostos, minhas músicas.

Não consigo entender aquelas pessoas que não mudam. Ficam no mesmo emprego durante anos, com o mesmo corte de cabelo e se relacionando com as mesmas pessoas.

Outro dia mesmo eu estava no ônibus e encontrei uma menina que tinha estudado comigo a uns anos atrás. Estava igualzinha antes. Ela não me reconheceu, e eu tenho que confessar que gostei disso.

Já mudei 9 vezes de casa. O lado bom disso são as histórias, e bota história nisso! O papel de parede horrendo arrancado com a mão do prédio da Aimberê; a minha babá má, que me fazia comer espinafre todo dia e recolher todos os lápis de cor de baixo do sofá, lá na Aldeia da Serra; minhas fugas por cima do muro do prédio na Caiowaa; o cheiro de coisa velha do armário da casa do meu avô...

O lado ruim é que eu não fiquei tempo suficiente em nenhum desses lugares até eles ficarem com o meu cheiro. Sou muito encanada com os cheiros das coisas. E das pessoas também. Não costumo gostar de alguém que use um perfume que não me agrada. Nada pessoal, só não gosto de ficar perto. Pode ser que seja um exagero meu, mas em que eu não exagero? Minha vida toda sempre foi baseada em exageros. Ou eu estou bem ou eu estou mal, sem meio termo. Exagero na hora de fazer o prato de comida, de me emocionar com um filme, de amar alguém, de não gostar de alguém, de contar histórias... Quem sabe metade desse texto não foi puro exagero? O ponto é, exagerando, mudando, eu vou vivendo, e vivendo muito muito muito mais do que qualquer realista por aí.